quinta-feira, março 10, 2005
By Flávio Souza on quinta-feira, março 10, 2005
O dedo, anular, procurando o centro da mão. A mão, quase-aberta, procurando o centro da força. A força, meio fraca, procurando o eixo do corpo. O corpo, meio velho, procurando o prumo da alma. A alma, absorta, procurando uma roupa teatral. A roupa, meio tosca, procurando a mão pra lhe sentir. A mão, quase fechada, baixando a calça num despir. O corpo, quase nu, procurando um colo para deitar. O colo, penitente, procurando palavras pra contar. A palavra, agora quente, procurando a ânsia pra tocar. A ânsia, bem tocada, procurando a alma pra voar. A alma, já latente, procurando a outra pra tocar. A outra, já presente, procurando o dedo anular. O dedo, lábio e dente, procurando pêlos a plainar. O pelo, eriçada a mente, procurando o corpo a pousar. O corpo, molhado e jovem, encontradando prumos a sentar. O prumo, rodadando o eixo, encontrando a força toda aberta. Aberta, toda ela, olhar e dente, encontrando o dedo anular.
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