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Pudesse ter eu a calma de um mundo só. Encadernaria as asas do homem para o jogar afora . Eu ouviria a voz de meu umbigo a recitar Goethe em versos batucados. Meu olfato seria doce, inspirado por lábios de outrora.
Pudesse ter eu só um o bailado da chama. Destilaria meus corrompidos pedaços em um cálice de dó. Escutaria então o arrastar do móvel no qual dorme a criança e olharia pela janela lhe enxergando toda homem.
Pudesse rodar eu o mundo como a brincar de globo. Derrotaria os dragões dos Maris Furtivos. Voaria como fantasia, menino-criança-mulher, ao degustar as gotas em lágrima de quem me lê.
Pudesse ser eu a língua que agora beija, teria enfim a sombra de um mundo a sós. Seria eu, em tudo, um risco de saudade, ruminando em cores, me expandindo em um redemoinho de pó.
5 comentários:
poxa gostei do texto mas não consegui compreender.
poderia me dar uma explicar o sentido por favor.
Parece alguem que se sente só.
Kato.
O texto não é para ser explicado. Ele é seu. O "sentido" será o sentido que está ganhando vida agora dentro da sua mente.
Leia - e releia o texto. Vai encontrar coisas novas dentro de vc, que ainda não tinha imaginado antes.
Ficou linda a sua prosa poética. Devia ter me mandado, ia adorar saber que uma imagem inspirou uma essa bela prosa. Parabéns!
Andrea
http://www.literatus.blogspot.com
Oi Andrea! Fico feliz pela sua visita!
Pois é isso! Você está certa! Eu devia ter mesmo te falado! Mas enfim... que bom que você veio me visitar e viu o texto!
Pode mencionar lá no Literatus! Abração!
it's beautiful ! good choice- music and the video together ! It's amazing- with such harmony ivolved. And this astonishing magic of Africa- this great land of tears but of beauty at the same time. Thank you :-)
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