Meu nome suavemente pronunciado e um apertar macio em meu ombro despertam-me de minhas lembranças. - Você não ia sair? - Sim, sim... claro! Me perdoe! Eu estava apenas aqui pensando... - Huum.. Me conta outra novidade. Sua vida é sempre essa: pensar, pensar, pensar... Você poderia variar um pouco e fazer alguma coisa de verdade! O ódio transpirava por minhas mãos! Quem era ela para ficar me empurrando estas palavras? Santo Deus: em qual dia desta minha vida infeliz eu havia lhe dado tamanha intimidade? Gostaria de despejar todos os seus podres ali, agora, naquele mesmo momento. Mas não! Olho em seus olhos; ela percebe uma chispa de minha fúria. Cerro os punhos, fecho meus olhos por um instante, abro-os novamente, caminho lentamente até a mesa, pego o velho casaco e me encaminho para a porta. - Amanhã eu volto... [foram minhas únicas palavras] Ao fechar da tranca, senti como que uma mudança radical. O frio estava cortante. Lá dentro, o ar estava meio carregado com o calor de nossas respirações e o mofo daquelas paredes. Aqui fora estava realmente frio. Fecho os botões do casaco e olho para os lados. Já era tarde, o sol vermelho desmanchava-se por trás dos prédios.
terça-feira, novembro 12, 2002
By Flávio Souza on terça-feira, novembro 12, 2002
Imberbe. Tropeçava-me encabulado pela procura de tal palavra em minha mente. Era tão bela, tão cândida e ao mesmo tempo tão gozada. Imberbe, imberbe, imberbe... Repetia-me em meu colóquio interior buscando reminiscências. Traços de situações, de passagens, de textos, das imagens do pretérito. E na dança dos imberbes, saltitavam tal qual crianças nas brincadeiras de roda. Daí vinha o gozo. A repetição ora monótona, ora acelerada fazia com que tudo ficasse engraçado. Que diabos de coisa é essa tal de imberbe?
Coisa solitária...imberbe era meu passado, perdido entre as crianças alegres espalhafatosas. Mas não é só isso, nem isso? Imberbe eram elas, todas, muitas mas uma só. A infância dividida entre cada um daqueles peculiares serezinhos e única...é isso...imberbe é o singular não solitário.
Rodrigo! Rodrigo...
Meu nome suavemente pronunciado e um apertar macio em meu ombro despertam-me de minhas lembranças. - Você não ia sair? - Sim, sim... claro! Me perdoe! Eu estava apenas aqui pensando... - Huum.. Me conta outra novidade. Sua vida é sempre essa: pensar, pensar, pensar... Você poderia variar um pouco e fazer alguma coisa de verdade! O ódio transpirava por minhas mãos! Quem era ela para ficar me empurrando estas palavras? Santo Deus: em qual dia desta minha vida infeliz eu havia lhe dado tamanha intimidade? Gostaria de despejar todos os seus podres ali, agora, naquele mesmo momento. Mas não! Olho em seus olhos; ela percebe uma chispa de minha fúria. Cerro os punhos, fecho meus olhos por um instante, abro-os novamente, caminho lentamente até a mesa, pego o velho casaco e me encaminho para a porta. - Amanhã eu volto... [foram minhas únicas palavras] Ao fechar da tranca, senti como que uma mudança radical. O frio estava cortante. Lá dentro, o ar estava meio carregado com o calor de nossas respirações e o mofo daquelas paredes. Aqui fora estava realmente frio. Fecho os botões do casaco e olho para os lados. Já era tarde, o sol vermelho desmanchava-se por trás dos prédios.
Meu nome suavemente pronunciado e um apertar macio em meu ombro despertam-me de minhas lembranças. - Você não ia sair? - Sim, sim... claro! Me perdoe! Eu estava apenas aqui pensando... - Huum.. Me conta outra novidade. Sua vida é sempre essa: pensar, pensar, pensar... Você poderia variar um pouco e fazer alguma coisa de verdade! O ódio transpirava por minhas mãos! Quem era ela para ficar me empurrando estas palavras? Santo Deus: em qual dia desta minha vida infeliz eu havia lhe dado tamanha intimidade? Gostaria de despejar todos os seus podres ali, agora, naquele mesmo momento. Mas não! Olho em seus olhos; ela percebe uma chispa de minha fúria. Cerro os punhos, fecho meus olhos por um instante, abro-os novamente, caminho lentamente até a mesa, pego o velho casaco e me encaminho para a porta. - Amanhã eu volto... [foram minhas únicas palavras] Ao fechar da tranca, senti como que uma mudança radical. O frio estava cortante. Lá dentro, o ar estava meio carregado com o calor de nossas respirações e o mofo daquelas paredes. Aqui fora estava realmente frio. Fecho os botões do casaco e olho para os lados. Já era tarde, o sol vermelho desmanchava-se por trás dos prédios.
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