★ Flávio Souza Cruz ★

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terça-feira, agosto 16, 2005

A cidade dos meus dias


A cidade dos meus dias é a cidade da árvore. A cidade da minha árvore é cela de meus sonhos. Verde-musgo entrecortado no cinza, espero o crepitar do horizonte. Chuvas de luzes caem mim amantegando-me em seda. E é assim, enevoado em seda o meu belo horizonte dos dias da noite. É nela que vivo - nas sombras do sonho. Mastigo as imperfeições gratas do dia ao sabor do levedo em bock. Abro jornais, abro páginas, links, abro caras. Minha relação é de sequestrado perpétuo, destes que se apegam ao claustro. A cidade das minhas pedras é a árvore dos meus dias. Desdenho dos cantos e hinos da pátria Atena. Meu canto é apenas de aconchego e prazer feliz. Não traço a tradição, não conto os ladrões de sonhos, não me recordo das vãs descrições. Minha cidade é apenas minha, como a dor, de mais ninguém. A cidade, minha árvore, meu canto, perdão. O horizonte, cálido, me esconde e salva. Me abre, me abraça, acolhe e fecha. A cidade de minha alma é um abraço de mil perdões.

Morro em paz, em jazigo de estrelas. E nem sei se vinha ao caso o cantar da morte. Mas a cidade da minha árvore é o ocaso de meus dias.

segunda-feira, junho 06, 2005

conhecer é reaprender

quinta-feira, junho 02, 2005

Maloka Elétrica

Quero hoje fazer uma referência ao meu amigo Perro Hongo, o qual tem me acompanhado por alguns bons anos nessa vida internética nossa de cada dia. O Perro lançou um blog muito interessante e indefinível, mas com uns traços bem malokeiros e multiculturais. A Maloka Elétrica é feita por ele juntamente com a Nacxt e a Lechuga Maldita. Acho um barato a caveirinha mexicana e aquele outro bicho azteca que tem por lá. Recomendo. Visitem o Perro na Maloka Elétrica.

quarta-feira, junho 01, 2005

terça-feira, maio 31, 2005

Culturanças são... culturanças são lembranças embuídas em pó, desterro e traças. É o pavio culto, largado, dos sertões de dentro, aqueles rodeados em nó. Sonhamento é estranheza turva, é moleza d'olhos de algaravia só. Pertença, pertença em tronças, em caichos d'álho ao Mato Dentro. Mato afora, Cerqueira Maria, escriturária em Jati, corria como louca. Culturança era pouco, seu corpo era tépido. A moça corria de pés em vento, de trouxa nas costas. O mato farfalha, as contas balançam, a tesoura cai. Cerqueira tropeça, a trouxa ao chão, volta. Retoma a tesoura e o fio, a picada e estrada. Seu rosto balouça, vai em câmera lenta pulsando dos lados. A garganta queima, seca, retorce. "Ahh Maria das Cercas, que tu fizestes à cabrinha?" E ela corre, corre, corre... corre, corre, corre mato adentro... corre num engalfo de sede e fome... Maria e a cerca, o pulo e a morte. Ela corre da casa, corre do homi, corre de si, espelho da carne, culpada de tudo, descarte da sorte... corre, corre, corre Maria das Cercas... corre, corre, corre... pra vinte anos passar, pra vinte anos morrer, pro vigésimo ano, tempo de agora, ser culturança do tempo, crimonosa em pó, um resíduo das traças.

Trabalha hoje, na Rodrigues Souza, em amplo elevador, Maria das Cercas. Às vezes se lembra, da tesoura e a ponta, no apertar da subida, um cabelo em tranças.

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