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quinta-feira, janeiro 31, 2008

A angústia sempre foi minha parteira. Nunca a amei e em nada desejada esteve em meu fazer. Não a culpo, não me culpo, não a exconjuro. Aprendi nos arfares e soluços a respeitar as contingências da dor. Sempre quis escrever diários felizes e só buscava tais páginas nos anversos da felicidade. Tive sempre em cada página a sensação de lidar com magia. Eu em tudo mastigo o mundo, comendo pessoas, bichos e folhas. Cada pedaço da minha pele, cada centímetro de meus orgãos é um papel tingido de mundo. E por tal devia me considerar em ares de um pesar mundano. Mas os dias me trazem uma querência sôfrega de esperar pelos ventos de um tempo além. E em luta com o acordar diário, vou parindo querências. Levanto, não olho a janela, não vejo o trânsito. Não vejo a tabacaria e nem a árvore que engole meu céu. Meus olhos custam a se entender com a luz. Minha vida prossegue, tal como um chapéu aberto à chuva. Promessas de sol, promessas de esmero. Um passo a mais e o espelho está aberto. Me sento e ali converso, trocando sorrisos e olhares com os estranhos da grande avenida.

Da estranheza da noite, a pergunta amiga me fala sobre carícias e estranhos. Paro e pouco tenho a dizer. E neste nada, habitual da preferida omissão, descubro a angústia dos meus versos. A estranha e delicada arte de hesitar, efeito vago entre os nós do mundo. Às vezes, regurgito.

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