Respingos do Querer
Meias rasgadas respingam cinzas, restos. A moça em tom preto chumbo, a pele em claro, túmido vermelho. Eulália, nome reptício, revolve a relva da noite. Sente, a delicada mão, o esmero no toque. Saudade em prosa, animosidade no verbo. Eulália, nome vívido, é toda sangue. Pensa no abraço, mão nos ombros. A janela, uma estrela, um quarto logo abaixo. A cinza caiu, a esperança fumaça. Nove andares abaixo um velho resmunga. O amigo, amante dorme. Traços nóduos marcam o indelével lenço. A perna esfria, a alma revoa. A meia é o quase-envoltório da vida, prelúdio do sexo. "Morre Eulália, mata teu dia!"
O homem acorda às três, nome esquisto, cabeça doendo. Nove andares abaixo, a mulher está quase-nua. Eulália deixou recado, volta amanhã. A vida respinga engasgos do querer. São troços, são meias, verdades, são traços.
Meias rasgadas respingam cinzas, restos. A moça em tom preto chumbo, a pele em claro, túmido vermelho. Eulália, nome reptício, revolve a relva da noite. Sente, a delicada mão, o esmero no toque. Saudade em prosa, animosidade no verbo. Eulália, nome vívido, é toda sangue. Pensa no abraço, mão nos ombros. A janela, uma estrela, um quarto logo abaixo. A cinza caiu, a esperança fumaça. Nove andares abaixo um velho resmunga. O amigo, amante dorme. Traços nóduos marcam o indelével lenço. A perna esfria, a alma revoa. A meia é o quase-envoltório da vida, prelúdio do sexo. "Morre Eulália, mata teu dia!"
O homem acorda às três, nome esquisto, cabeça doendo. Nove andares abaixo, a mulher está quase-nua. Eulália deixou recado, volta amanhã. A vida respinga engasgos do querer. São troços, são meias, verdades, são traços.