★ Flávio Souza Cruz ★

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★ M A G I C ★

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terça-feira, maio 17, 2005

E não é que este cantinho aqui do Epifania passou dos 5 mil visitantes?! Para um canto assim escondido, tá até bão demais! Parabéns a todos! Merci!

segunda-feira, maio 09, 2005

Há dias em que o começo é um acordar não-verbal. E nestes me incluo ritualmente. Nestes e em tudo me repito vinte quatro horas como um repuxar de parto. Não grito mais, quero dizer - não falo, me recolho. Pois em tudo, quase em prece, aprendi o sagrado gritar do silêncio. As mãos quase se encontram num espalmar beneditino. Os olhos vagueiam enquanto a acentuação se eleva. Interrogo, exclamo, me pontuo em reticências, relembro. Há dias em que o começo é um acordar não-verbal. E nestes me refaço visceralmente. Nestes e em tudo me repito vinte e poucas horas relembrando uma. Não digo mais, quero dizer - não falo, mas grito. Pois em tudo, gesto que me veste, me envolvi ao calado gritar do silêncio.

quarta-feira, maio 04, 2005

Há dias em que me dedico ao suave murmurar do nada. Há dias em que me dedico a olhar o dia passando. E tudo, quase tudo, me parece o gesto do ponteiro repicando segundos. Há dias em que não vejo o sol e há dias em que mergulho na luz dos amperes. Nestes eu me colo ao tempo como uma pintura de Goya. De olhos estatelados, sempre abertos, me impressiono. Eu me assusto suavemente em pálpebras largas. Há dias, e este é um deles, em que meus olhos empalam as fotos da vida. Rasgo as lembranças e amacio as pequeninas coisas. Vejos os contornos, as cores e os tons, bem colados à parede. E os sentidos ocultos se perdem na distância mais oculta. Pois o sentido é dos dias me desfazer dos sentidos. Pois há dias, e este é um deles, em que me desfaço junto à parede.

terça-feira, maio 03, 2005

Fugi aos céus, largando a terra,
voltando em círculo pra beijar
teu mar.
Eu sou um vazio à cata de um minuto. Espero, soluço, sei.
E por certo seria melhor me apresentar com nomes.
Mas minha vida é rótulo aberto, dobrado, jogado ao mar.

Eu sou um vazio à cata de um vendaval. Incerto, sozinho, sei.
E por certo seria melhor não me enfeitar de nomes.
Mas minha vida é uma oração, caída, prostrada ao mar.

Eu sou a mão quente que ajeita a vela. Inquieta, sofrida, sei.
E por certo seria melhor me esconder dos nomes.
Mas minha vida é a fé batendo na pedra, dobrada ao mar.

Eu sou o vendaval que te espera. Incerto, sofrido, sei.
E por certo seria melhor esquecer meus nomes.
Mas minha vida é me fazer pedra, à espreita, no meio do mar.

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