★ Flávio Souza Cruz ★

segunda-feira, maio 09, 2005

Há dias em que o começo é um acordar não-verbal. E nestes me incluo ritualmente. Nestes e em tudo me repito vinte quatro horas como um repuxar de parto. Não grito mais, quero dizer - não falo, me recolho. Pois em tudo, quase em prece, aprendi o sagrado gritar do silêncio. As mãos quase se encontram num espalmar beneditino. Os olhos vagueiam enquanto a acentuação se eleva. Interrogo, exclamo, me pontuo em reticências, relembro. Há dias em que o começo é um acordar não-verbal. E nestes me refaço visceralmente. Nestes e em tudo me repito vinte e poucas horas relembrando uma. Não digo mais, quero dizer - não falo, mas grito. Pois em tudo, gesto que me veste, me envolvi ao calado gritar do silêncio.

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