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segunda-feira, junho 06, 2005

conhecer é reaprender

quinta-feira, junho 02, 2005

Maloka Elétrica

Quero hoje fazer uma referência ao meu amigo Perro Hongo, o qual tem me acompanhado por alguns bons anos nessa vida internética nossa de cada dia. O Perro lançou um blog muito interessante e indefinível, mas com uns traços bem malokeiros e multiculturais. A Maloka Elétrica é feita por ele juntamente com a Nacxt e a Lechuga Maldita. Acho um barato a caveirinha mexicana e aquele outro bicho azteca que tem por lá. Recomendo. Visitem o Perro na Maloka Elétrica.

quarta-feira, junho 01, 2005

terça-feira, maio 31, 2005

Culturanças são... culturanças são lembranças embuídas em pó, desterro e traças. É o pavio culto, largado, dos sertões de dentro, aqueles rodeados em nó. Sonhamento é estranheza turva, é moleza d'olhos de algaravia só. Pertença, pertença em tronças, em caichos d'álho ao Mato Dentro. Mato afora, Cerqueira Maria, escriturária em Jati, corria como louca. Culturança era pouco, seu corpo era tépido. A moça corria de pés em vento, de trouxa nas costas. O mato farfalha, as contas balançam, a tesoura cai. Cerqueira tropeça, a trouxa ao chão, volta. Retoma a tesoura e o fio, a picada e estrada. Seu rosto balouça, vai em câmera lenta pulsando dos lados. A garganta queima, seca, retorce. "Ahh Maria das Cercas, que tu fizestes à cabrinha?" E ela corre, corre, corre... corre, corre, corre mato adentro... corre num engalfo de sede e fome... Maria e a cerca, o pulo e a morte. Ela corre da casa, corre do homi, corre de si, espelho da carne, culpada de tudo, descarte da sorte... corre, corre, corre Maria das Cercas... corre, corre, corre... pra vinte anos passar, pra vinte anos morrer, pro vigésimo ano, tempo de agora, ser culturança do tempo, crimonosa em pó, um resíduo das traças.

Trabalha hoje, na Rodrigues Souza, em amplo elevador, Maria das Cercas. Às vezes se lembra, da tesoura e a ponta, no apertar da subida, um cabelo em tranças.

sexta-feira, maio 27, 2005

Há dias que as palavras não assinam, irrelevantes. Há dias de corriqueiro dormir, corriqueiro almoçar, manifesto repetir. Há dias, e este não é um destes, em que a cabeça se esquece das mãos. O esticar e repuxar dos músculos toma o comando de tudo. Abro os lábios, falo, pronuncio e me esqueço. Eu sei, está tudo lá num lugar das repetições de onde retiro as frases prontas. Os gestos sabidos, às vezes prorrogados na busca do andar das horas. Fechar o ponto, depositar a hora, postar o crédito. Há dias em que as horas assassinam, nos matam por dentro. Nestes, sou Chaplin na engrenagem, descendo e subindo de costas. Na verdade é acordo assinado perante as mãos. O apertar do ritmo pulsante, o estender no ritmo das coisas. E é tudo, ato voluntário, um desapego ao sono, um desemprego forçado do sonho, um ardil pra viver. 


 

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