Esperando a outra brevidade sair do serviço de parto
quarta-feira, março 16, 2005
terça-feira, março 15, 2005
By Flávio Souza on terça-feira, março 15, 2005
Pudera trazer daquele tremular no parado ar, o escaldar da movediça curva em calor! A mão espalmada tocando o pescoço, toda melada em suor. O dorso esgoelando e contorcendo o tempo, efeito vago. A pele arde, queima e morre em gotículas. O olhar bem aberto vendo o tempo e aquilo... aquilo era tão doce... os olhos do menino, na beira da estrada. O olhar, sorrindo, voltado pra terra, para as mãos em terra. Os carros a passar, desenhando espectros no calor. O suor pregando a roupa e o calção pregando o corpo. O dobrar das mãos arrastado no minuto aquele rodopio do graveto. O dobrar do graveto rodopiando o mundo e tudo... bem tudo, bem lento, bem santo e lento.
A criança era eu na terra e o tempo era o colo de Deus. O buraco desenhado, o graveto, a torre de lama seca, aquela formiga. Pudera me trazer de novo aquele tremular do parado tempo! E a movediça curva do amor, me resgatar dos prazeres de mim mesmo. Quem me dera retomar o graveto, a torre e as formigas me perdoando pelos dias enfurnados em buraco. Eu seria um menino numa tarde sábado, uma criança num dia de sol, tão somente um menino tremulando ao som do calor.
E tudo, tudo pulsava tão forte... E dizia o menino a mim mesmo "eu vou morrer assim... em partos sucessivos"

E tudo, tudo pulsava tão forte... E dizia o menino a mim mesmo "eu vou morrer assim... em partos sucessivos"

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segunda-feira, março 14, 2005
By Flávio Souza on segunda-feira, março 14, 2005

Em torno do azul do em todo o laranja, cor em barro de enlameadas mãos. Terras de outrem, terras de mim, circulum máximo, borra-se o plano. toca-se a linha, pés em terra.
A vida é um
circulum minimum, esferas de máximos, em torno dos homens, cruzando rabiscos, à espera do mar. Doce mar.
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domingo, março 13, 2005
By Flávio Souza on domingo, março 13, 2005

Eu vou... eu vou... pra Christmas um dia eu vou... eu vou... eu vou... eu vou!
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sexta-feira, março 11, 2005
By Flávio Souza on sexta-feira, março 11, 2005
O vazio é sempre um querer. Ele pulsa como almofada a se contrair. Revolve o estômago, aperta o átrio. Sobe visceral, remexendo a fronte em ânsia. Melancolia nos olhos, ânsia de palavras. Maria do Rosário cansou-se dos vazios. No movimento dos anos, em arrebitar de querência, Maria se enfiava de paixão. De paixão se enfiava pra num rasgar lhe tirarem. De fé se enfiava pra num roubar lhe tirarem. Batia o pé, teimava. De trabalho se enfiava pra num chutar lhe tirarem. Maria sentia o time, outra e paixão. Mas este, quando muito, era uma rapidinha no poste. Maquiava-se, vestia-se, metia-se. Seu rosto quase belo, coisa de atriz aos 50. Um olhar noturno, uma pálpebra fechada. Duas.
A porta se abre erguendo a pupila. O estômago a envolve, vazio. Tempo da conta do rosário. Hora de enfiar mais um dia.
A porta se abre erguendo a pupila. O estômago a envolve, vazio. Tempo da conta do rosário. Hora de enfiar mais um dia.
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