★ Flávio Souza Cruz ★

domingo, março 30, 2003

"Quem não lê, não escreve." Certamente este é o começo de tudo, a base para um escritor, mas às vezes também há na trajetória solitária deste ser uma necessidade de não-leitura, uma necessidade de entrar numa certa virgindade literária para daí, do nada, poder criar. Impossível, certamente, pois cada autor que lemos marca com faca, machado ou parafuso uma parte de nosso interior. No entanto, como eu vi num seriado classe B ontem, estamos neste mundo, antes de tudo, para tentar. No meu caso, há uma vontade de me ler de novo, de ler os sentidos que escrevi, de revisitar uma galáxia perdida em que as coisas faziam sentido. Quero resgatar a virgindade de me alegrar com as coisas que ascendiam os olhos na minha solidão de construtor de mundos. Em bom termo, reencontrar um sentido gostoso nas coisas que o tempo transformou em coisas, apenas.

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