★ Flávio Souza Cruz ★

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sábado, fevereiro 26, 2005

Pecado é eu não ter colocado aqui o blog De onde vem a Calma. E pecado é não ter também colocado o Porto do Acaso, ambos da minha amiga Ana Sampaio. Outro pecado, digno de nota é perceber, obviamente, que ela já estava aqui ao lado na minha lista. hehe! Mas sondando os blogs da Ana, acabei encontrando alguns bem interessantes. Um deles é o Terças e Sextas, no qual o autor posta exatamente nestes específicos dias! Outro blog de nota é o Allons Enfant, realmente muito bom (recomendo). Encontrei também o Days of Desire, pouco atualizado, mas que merece ser conferido. E se eu quebrar, você me cola? tá meio parado também ou parece que quebrou.


Ps. Andei procurando por blogs literários e interessantes. Não sei se sou muito chato [PAUSA: Bem... hummm. sou chato mesmo]... mas o fato é que encontrar bons blogs é realmente difícil. E sinceramente acho um porre e quando vou ler, acabo me encontrando com Mário Quintana, Olavo Bilac, Lya Luft, etc., etc., etc., ad infinitum.... que saco! Sobre estes eu procuro em outro lugar. Nãos quero ler em blogs. Santa falta de criatividade, Batman!

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

As mãos colocadas nos olhos, a terra escorrendo pelos olhos. Jogado ao chão, Estevão Ferreira Rosemberger orava. O cabelo dançava em mechas de suor. Sangue escorria em caldo de fome. Treze minutos antes sua vida em semi-círculo correto, austero e puro. Mirava a noite sol das cinco e insuflava ventos. Maria do Rosário, a esposa, olhar calmo. O livro na mesa, a abertura no salmo. O café no primeiro gole se ardia junto à água matinal. A benção, lhe pediam - e a todos um verso dedicava. Era terça e seus olhos amarelentos se fechavam na poeira da estrada. Então Estevão finalmente viu - o vértice vento próprio esgoelando de dor e protesto, serpenteando na estrada a rugir na fúria das pedras jogadas. Morte e envelhecer lhe travaram as juntas. Era o mato, tornado rubro, tornado sangue, espetado pelo vento. Redimunho, rede-mundo lhe falando em pedaços. "Vem, meu irmão - toma-me, enlaça-me". E o descunjuro do todo o assustrar e abrir de olhos e mais, nunca vira coisa igual. Do paletó, puxa o terço, do suor repuxa a garganta. "Vem, meu filhim, volta pra nóis", a voz no vento-folha regia um choro de criança-morta. E a treva então lhe fecha o rumo. Aponta o rasgo de luz e ao chão de joelhos cai. Chora, remexe, crava as unhas e grita. "Senhor! Livra-me! Vade-retro-coisa-ruim!". E o ritmo farfalha e assombra. E canta. E rói. E dança. E cospe. E quer. E grita. E canta. E roda. E mais. É tudo caldeirão de fogo. E rosas lhe caem. Secas como a boca, amarelas como a pó. Arqueja, arpeia o salto. Volta e amanhece. A boca é velha, o caldo é rubro. Rosário a seu lado. Soluça, chora. E sua mão é sangue. O lençol branco, a janela e o paiol. Nada havia. Fora susto.

Mas o mato ao fundo, na soleira do vento, era mato, tornado rubro, tornado sangue, espetado ao alento.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Eu sou o acaso de meus encontros, a pista de meus erros, o engano de meus propósitos. No mais, entre um ponto, um termo e outro... sonho.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Amanda Carla de Souza é leitora de borras. Suas mãos, o instrumento de tocar o mundo. Seus olhos, miragem borrada. Seu mundo, quatro quadras que retornam em voltas a sua una janela. Aos quinze, Amanda, do cigarro o prazer lhe deram. Dos vários descobertos, na brincadeira dos dias, sentia ela, luz e calor, torpor e tesão, da brasa e flâmula etérea a bailar quando a noite chegava. Sentada, a janela aberta, pombas voando e os sons do prédio. Lá embaixo, a mulher do trezentos e sete canta. Gritos, gemidos, crianças brincando. Toca Amanda o rádio, suas mãos escorregam pela cadeira. Lembra-se do Márcio, amigo fraterno, agora cansado. Pensa nas frutas, pensa na mãe.

As pernas abertas, os cílios em cópula. Seus lábios se tocam e a língua os molha. Pensa no Márcio, amigo, fraterno, pensa na vida e a cama por fazer. Lá embaixo, a música tocando. Palavras em inglês rodopiam na mente. Aperta as mãos, espreme os olhos. Revira-se, revolta-se, sente agora o dia sair num recuperar de lágrimas. E de tudo, cínica toca, enlamecendo o vidro com as lágrimas de ontem. Cinco minutos lhe bastam. Agora sorri, olhos mansos, cigarro acabado. Lá embaixo, as meninas continuam. E a música também. Trezentos e sete cantos, Amanda os sabe de cor. Sua língua era contar, dos dias passar.

[Ouvindo: Satellite of Love - MDH Band - The Million Dollar Hotel (4:12)]

sábado, fevereiro 12, 2005

Meu aniversário passou...foi dia 29 último. Mas é hoje que vou comemorar. Sendo assim, meu amigo leitor e amiga leitora, sintam-se convidados para a minha festa. Vou tomar uma boa cervejinha e celebrar! Salut!

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